domingo, 17 de agosto de 2014

Alma poente em sol nascente


Contemplo o sol nascente
                      No silêncio da madrugada                     
Feliz minha alma poente
                            Não anseia por mais nada                           

         À deriva no seu viver          
         Navega nas ondas do mar        
         Como as velas do meu ser         
Deixando o vento soprar

Barco guiado pelo farol
Em noites de marés vazias
Minha alma também é sol
Nasce bela todos os dias


© Altino 2014 


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Resenha por Francisco Coimbra

 Altino Pinheiro – Editora VENTO ENCANADO 2014



Altino Pinheiro tem no seu sobrenome um nome de árvore, agora decidiu ganhar novas raízes ao divulgar a sua poesia fazendo-a acompanhar de desenhos de outras raízes suas que são os seus filhos António e Manuel. “Por favor compra-me estes poemas” é um livro despretensioso que se propõe ao leitor de forma pragmática, através de um pedido que é a primeira leitura que ele propõe: “Por favor compra-me estes poemas”. Quem satisfizer este pedido, passa a estar na posse de um conjunto de poemas interessantes e variados, uma introdução do autor e alguns textos em prosa poética.

O livro não tem um Índice e um índice é uma ajuda por vezes preciosa, mostrando quais são as designações que dão nome aos vários textos que incorporam o livro. O fato de não ter um Índice faz com que o livro possa ser e seja uma unidade indivisível que não se decompõe, compondo-se através de uma leitura que nele vá descobrindo todos os elementos pela ordem a que se predispuser. Aberto ao calhar, começando no princípio, começando pelo fim… este livro será sempre uma descoberta onde se tornará uma boa surpresa encontrar páginas entregues à simplicidade dum verso, duma frase, duma máxima? Duma mínima...? Vou começar por essas páginas.

“sou tu que me lês…” “que tal um abraço?” “em cada página um suspiro o meu …” “sou um livro que te fala…” “mergulha no teu mar…” “sei mais de mim…” ”sou mais do que uma simples palavra…” “deixa o vento virar a página...” “que bom estar contigo…” “solto as emoções aqui…”  “vou colorir os meus bichos…”  “quero aprender a ler-me…”  “hoje sinto-me como…”  “nunca é fim…” com esta frase o livro termina. Sendo que, volto agora ao princípio e vou dizer aquilo que ainda não disse, ou seja, “sou tu que me lês…” é a frase com que o livro começa, vem depois da dedicatória: “aos que compraram”. Esta dedicatória diz muito do livro, ele está virado para o leitor e é-lhe dedicado. É bom que os leitores o descubram, o aceitem, o comprem. Boas leituras (bons leitores)! Ficam os votos.

Francisco Coimbra

Poeta / Escritor

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Meu blog

Este blog (confessionário) quase secreto dos meus sentimentos é a “aplicação” tecnológica que mais confio. Aqui sinto que me leem sem saber quem, nem me interesso saber! Que gostam e sentem sem que se obriguem ao clique do “Gosto”. Que em silêncio distante me leem somente…
Este misto: secreto/intuitivo, faz-me(te) bem, muito bem… afasta-me(te) do ruído empático “virtual” e remete-nos os dois para dentro de cada um de nós.
Quem escreve e quem lê fundem-se numa simbiose mística, partilham aquela quietude necessária, muitas vezes esquecida pela ansiedade de esperar um novo e rápido sentimento.
Se neste breve instante sou tu que me lês, quero que tu sejas eu que te escrevo para que no recolhimento dos nossos seres sejamos almas tão iguais…

Aqui entre nós os dois: sabe-nos tão bem sentir o mesmo!