Não
há mais há tempo para a ilusão, rasguem jornais, apaguem a televisão
Chegamos
ao ponto crítico, de rasgar e queimar boletins do loto politico
Já
não há mais nada que sofrer, comeram-te a carne e o osso te querem roer
Terminou
a validade da pachorra, mandemos os imperadores à porra.
Já
não há mais resgates nem ajustes financeiros, calemos os curandeiros
Mostrem
as estes sacanas , a faca cega da força ou o gume certo da forca
Tragam
gatunos ao terreiro, o País está em chamas por causa de suas famas
Cortem-lhes
um dedo por cada milhão ou a língua porque dedos faltarão
Venham
os operários e os tenentes inoperantes, somos todos importantes
Poetas,
professores, alunos reformados e
enfermeiros emigrados
Venham
bombeiros fardados, recordar colegas
queimados
Venham
Policias também, dar porrada a valer, seus filhos têm que comer
Acabou-se
a eterna manifestação, doloroso sufoco de comiseração.
Por
mais que custe é este o momento, de
acabar com o sofrimento
De
acordar quem dorme para matar a estatística da fome
É
agora, é agora. O que tens a perder se
os mandares foder.
Esta
é a hora de dares um grito, de libertares o teu futuro aflito.
Espera-te
a sorte ou a morte, e se nada fizeres, só morte, só morte...
Acabou-se
o isto está mal, está na hora de salvar Portugal.
© Altino Pinheiro
25 Abril 2014 - Poetry Slam PDL