Há um anjo caído na calçada da praça, que vai rasgando joelhos, prometendo, pedindo, implorando a Cristo que é Deus nosso senhor na unidade do espírito santo, um milagre!
Este anjo caído é uma
mãe sofrida, é um pai cansado, um embrião nascido, é um filho perdido no caminho
da solidão.
Carregam nos ombros a
confissão pesada da vida e da morte, revelada num molho de sírios que a chama
do destino não perdoou.
Pelo campo do senhor
vão em promessa, descalçados da dor que lhes crava a alma de emigrantes
passageiros, coroados por uma vida de espinhos.
E Cristo glorioso, que é Deus do perdão, o maior
dos milagres, deixa cair uma lágrima perfumada do seu rosto florido, o andor
mais leve do amor, para inundar de gratidão o anjo caído na calçada da fé.
© Altino Pinheiro 2013
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