Quero morrer na praia
Nos braços de Santa Bárbara
Banhado no pranto de suas lágrimas salgadas
Na câmara ardente das suas ondas surfáveis
Ouvindo os salmos de salvação da minha alma
No murmúrio decadente das marés vazias
Espargido pelas águas vivas não bentas.
Defunto venerado por gaivotas sarcásticas
E pelos pombos da rocha cascalhada.
Enterrar-me no basalto macio e morno
Sepulcro de areia cavada por pulgas saltitantes.
Fundir-me com ela num sono profundo
Eternamente rogando ao mar
Que não apague os passos
Deixados por ti em mim.
© Altino Pinheiro
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