Na Pertinência
do tempo esgotado,
amargurado recordo tudo que me foi roubado.
Esta lágrima
de ternura decadente gera agora um sentimento de romance finado
Não vejo a
menina de outrora colhendo as pétalas aveludadas das hortências molhadas pelo
sereno da madrugada. Quem te roubou-me?
Já não oiço
a canção do mar cantarolada pelos teus lábios que embalava o uivo do vento em
cada rajada. Quem te calou?
Esquecemos
os passos de dança do Martinho, pézinho da vila,
das mornas ternas de Cesária e
outros bailes de carnaval...
Deixamos de
ler e reler as cartas enrugadas, guardadas pelo tempo,
onde a palavra paixão
não tinha ponto final. Quem nos tirou tudo isto?
Onde anda aquele
sorriso que nos acordava todas as manhãs?
O nó da
ternura que atava os nossos lábios num beijo delicado
Quem roubou
a nossa cesta dos afetos, dos carinhos, das maçãs?
Foi violada! Violada a paixão pelas causas...
Morrendo agora
em eutanásia de dor
Há muito magoada,
sofrendo por amor.
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