Eu Pessoa
Morto, vivo.
Neste poema que
ecoa
Daqui vos
digo:
- Vão-se
foder!
Os que não
me sabem ler
Ou não me
querem entender
Que dizem meu
nome por aí
E me guardam
numa selfie
Os viajantes
cerebrais
Espanhóis,
coreanos… açorianos.
E outros
turistas tais.
Os de Alfama
Os da
Madragoa
Que me
chamam de PEXOA
PEXOA o
caralho.
Sou Pessoa! Fernando.
Eu mesmo em
papel e tinta
De perna
cruzada com pinta
Na
Brasileira do Chiado
Farto deste
Jazz da treta
Do Kizomba feito
fado
Sou Pessoa,
ferro, metal…
Esqueleto polido
imortal
Bronze de
poesia.
Marco de
literacia.
Zombie
filosofal
Teosófico
natural.
Sou Pessoa.
Da Pátria
que já não sonha
Morto, vivo,
à toa…
Tenham
vergonha
Aprendam de
novo a ler
Ou então…
Vão-se
foder.
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