domingo, 22 de fevereiro de 2015

Vão-se Foder



















Eu Pessoa
Morto, vivo.
Neste poema que ecoa
Daqui vos digo:
- Vão-se foder!
Os que não me sabem ler
Ou não me querem entender

Que dizem meu nome por aí
E me guardam numa selfie
Os viajantes cerebrais
Espanhóis, coreanos… açorianos.
E outros turistas tais.

Os de Alfama
Os da Madragoa
Que me chamam de PEXOA
PEXOA o caralho.
Sou Pessoa! Fernando.
Eu mesmo em papel e tinta
De perna cruzada com pinta
Na Brasileira do Chiado
Farto deste Jazz da treta
Do Kizomba feito fado

Sou Pessoa, ferro, metal…
Esqueleto polido imortal
Bronze de poesia.
Marco de literacia.
Zombie filosofal
Teosófico natural.

Sou Pessoa.
Da Pátria que já não sonha
Morto, vivo, à toa…
Tenham vergonha
Aprendam de novo a ler
Ou então…
Vão-se foder.

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