Por todos os
lugares que passas espalhas uma névoa doirada.
Um perfume denunciante
que paira no ar dizendo em verso nervoso;
Ela está
aqui, ela está aqui!
Apareces como
por magia, pura energia, saída da cartola de um mágico ilusionista,
sentimentalista, artista da aparição, uma vibração!
E em cada passo
que dás na intermitência da sorte,
fixam-te os
meus olhos apaixonados de baixo a norte.
Esqueço a
morte, determinantes desejos ofuscados e as ilusões dominantes.
Não procuro
mais, a tua beleza já me é demais…
E se não me
deres um beijo dos teus mornos lábios jura ao menos que me levarás no teu pensamento
permanentemente, sensualmente para o lugar que a memória não finda.
És a razão superior
das causas que me completam, dos ciumentos efeitos ignorados.
Fazes adiar
as coisas que digo amar e que agora podem esperar, esperar…
Que espere deus
adorado, glorificado, criador do céu e a da terra porque te amo
A mais bela
rosa vermelha perfumada, os versos lindos que lhe escrevi, declamei...
Que espere,
já a amei…
A minha
suposta amada comprometida que tanto julgo amar, amei, amarei
que espere
porque te amo…
Que espere o
mais velho e delicado vinho do porto fruto da videira,
porque não o
amo, apreciei, degustei…
As filhas e
os filhos deste meu sangue exaltado que derramo por ti em gotas de solidão...
Que espere
paciente a esperança e que vá escrevendo algumas palavras de coragem, porque
ela é sempre a ultima a morrer.
Que esperem
todas as coisas possíveis e imagináveis, visíveis e invisíveis, grandes e
grandiosas.
Que espere a
prioridade, a cidade, a comodidade, a sexualidade, para permanentemente restar
a verdade
E a verdade
é que...
Eternamente te amo.
© Altino Pinheiro
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