domingo, 12 de janeiro de 2014

Que esperem


Por todos os lugares que passas espalhas uma névoa doirada.
Um perfume denunciante que paira no ar dizendo em verso nervoso;
Ela está aqui, ela está aqui!
Apareces como por magia, pura energia, saída da cartola de um mágico ilusionista, sentimentalista, artista da aparição, uma vibração! 

E em cada passo que dás na intermitência da sorte,
fixam-te os meus olhos apaixonados de baixo a norte.
Esqueço a morte, determinantes desejos ofuscados e as ilusões dominantes.
Não procuro mais, a tua beleza já me é demais…

E se não me deres um beijo dos teus mornos lábios jura ao menos que me levarás no teu pensamento permanentemente, sensualmente para o lugar que a memória não finda.
És a razão superior das causas que me completam, dos ciumentos efeitos ignorados.
Fazes adiar as coisas que digo amar e que agora podem esperar, esperar…  

Que espere deus adorado, glorificado, criador do céu e a da terra porque te amo
A mais bela rosa vermelha perfumada, os versos lindos que lhe escrevi, declamei...
Que espere, já a amei…

A minha suposta amada comprometida que tanto julgo amar, amei, amarei  
que espere porque te amo…
Que espere o mais velho e delicado vinho do porto fruto da videira,
porque não o amo, apreciei, degustei…
As filhas e os filhos deste meu sangue exaltado que derramo por ti em gotas de solidão...

Que espere paciente a esperança e que vá escrevendo algumas palavras de coragem, porque ela é sempre a ultima a morrer.   
Que esperem todas as coisas possíveis e imagináveis, visíveis e invisíveis, grandes e grandiosas.
Que espere a prioridade, a cidade, a comodidade, a sexualidade, para permanentemente restar a verdade

E a verdade é que...
Eternamente te amo.


© Altino Pinheiro

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