segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

3,2,1, Slam


Este palco é num porto onde se embarcam e desembarcam palavras
Descarrega-se com paixão, expedindo a carga pesada do ego
Carregam-se os volumes da alma que se registam num poema
Fica-se refém da sorte, da folha de papel, sem rumo nem norte
E chega a ordem para partir do capitão, publico, juri, multidão…

3 2 1 slam

Então o mundo pára por instantes, três minutos somente
Interrompem-se sorrisos e pensamentos, o som de jazz eufónico.
Agora são poemas, são poemas e poisa-se devagar um copo de gin tónico

3 2 1  slam

Aqui se diz poesia, como quem dá bom dia,
Sobe-se ao barco e declama-se, enche-se e derrama-se
Aqui se contam segredos, coisas belas e enredos,
As cores de uma raça e outras coisas com graça
Mulheres em férias tão lindas,  boémios noturnos em noites já findas.
Aqui se contam insónias, fluindo palavras do coxis ao ventre
Aqui o som da serra faz ssssss todos os dias,
Aqui estão o Luís, a Carla, o Gonçalo, a Jaqueline e o Malaquias

3, 2, 1 slam

Vem declamar ao Ateneu
Aqui há quem te ame
E ouve este grito que é teu

© Altino Pinheiro
  
* Escrito com amor para o Poetry Slam PDL
Declamado na 4ª edição - 24 de Janeiro 2014 




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