Avisado está o leitor
Esta história acaba mal
Não pela falta de rigor
Mas pelo insólito final
Era uma vez uma cabra
Igual as outras então
Parece coisa macabra
A chiba pariu um leitão
Ficou chocada a freguesia
Com tamanha situação
Na vida nunca um dia
Uma cabra pariu marrão
Coisa bizarra e anormal
Ai jesus quem me acode
Nasce do ato sexual
Entre a cabra e o bode
Fosse só esta a historia
Que o pior está para vir
Terá o leitão sua glória
Vai a vida o sorrir?
Cresceu em tamanho e idade
O nosso ilustre suíno
E foi na universidade
Que se formou em cretino
Arrogante rigoroso
Consagrado analítico
Alcoviteiro famoso
Um promissor politico
Prometeu apoio social
Educação sem estrovo
Saúde essencial
O melhor para o povo
Mas o povo para o porco
Eram belmiros e martins
O resto canetas em orco
Riscando nuns boletins
O povo que não é porco
Nem filho da uma cabra
Não mata a fome do corpo
Com o ar e uma sabra
Foi o povo em alvorada
A casa da cabra então
Fizeram dela caldeirada
Comeram com satisfação
Á tardinha desse dia
Foram todos em conjunto
Com a panela vazia
Fatiar o rico presunto
Escutem lá o passado
Ele tem sempre razão
Acaba cozido ou assado
Todo o político marrão
Prestem bem atenção
A história faz-se assim
Até os donos da nação
Podem um dia ter fim
© Altino Pinheiro
© Altino Pinheiro