sábado, 19 de outubro de 2013

A trova da cabra do porco e do povo


Avisado está o leitor
Esta história acaba mal
Não pela falta de rigor
Mas pelo insólito final

Era uma vez uma cabra
Igual as outras então
Parece coisa macabra
A chiba pariu um leitão

Ficou chocada a freguesia
Com tamanha situação                                      
Na vida nunca um dia
Uma cabra pariu marrão

Coisa bizarra e anormal                                     
Ai jesus quem me acode
Nasce do ato sexual
Entre a cabra e o bode

Fosse só esta a historia
Que o pior está para vir
Terá o leitão sua glória
Vai a vida o sorrir?

Cresceu em tamanho e idade
O nosso ilustre suíno
E foi na universidade
Que se formou em cretino

Arrogante rigoroso
Consagrado analítico
Alcoviteiro famoso
Um promissor politico

Prometeu apoio social
Educação sem estrovo
Saúde essencial
O melhor para o povo

Mas o povo para o porco
Eram belmiros e martins
O resto canetas em orco
Riscando nuns  boletins

O povo que não é porco
Nem filho da uma cabra
Não mata a fome do corpo
Com o ar e uma sabra

Foi o povo em alvorada
A casa da cabra então
Fizeram dela caldeirada
Comeram com satisfação

Á tardinha desse dia
Foram todos em conjunto
Com a panela vazia
Fatiar o rico presunto

Escutem lá o passado  
Ele tem sempre razão
Acaba cozido ou assado
Todo o político marrão  

Prestem bem atenção
A história faz-se assim
Até os donos da nação  
Podem um dia ter fim

© Altino Pinheiro


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