quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Meu pai sentido em 1982 e 2010


Aos treze anos escrevia umas coisas que sorrateiramente chamava de poemas. Todos temos necessidade de nos expressar, projetar as nossas necessidades, sentimentos e emoções. Na escrita ficamos resguardados da iminente traição da linguagem, que por vezes nos oferece palavras que não desejamos, vazias de sentimento. Na escrita não existe o impulso compulsivo de resposta por aquilo que se sente no momento. Posso expressar diferentemente um determinado assunto por palavras, gestos, linguagem e a sua perceção ser alterada com o contexto. Na escrita, independentemente do método utilizado, o sentimento é sempre único e verdadeiro. Prevalece no tempo e no espaço. 



Anjo meu Pai


Abro a janela
Da minha memória
Brisa leve de saudade
De olhos fechados
Vejo-te aqui, meu Anjo
Sempre perto de mim
Sinto teu sopro
Apontas sinais
E por vezes me dizes
Estou aqui !

Abro os meus olhos
E olho nos teus
Profundos que são
Revelam a certeza
De que tu meu pai
Não tiveste um fim
Abro os meus olhos
E acredito que afinal;
Tu vives em mim.




19,03,10

© Altino Pinheiro

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