domingo, 22 de setembro de 2013

Casa de gente que morre


O telhado de barro velho
com limbos cinza branqueados,
abrasados pelo sol da estação.
Pingados de chuva outonal,
num arrepio de solidão
que se sente no beiral.

Nas soleiras e ombreiras,
a tinta desmaiada, atmosférica,
combinando com as janelas,
também mal pintadas,
de fracas cores amarelas.

No chão, folhas das vinhas,
ressequidas , quebradiças,
em tom creme acastanhado.
Misto de terra, lixo e pó.

Entro nas memórias,
na palpitação da lembrança.
Dos tempos fugidos,
do momento que corre,
na recordação de uma casa
cheia de gente que morre.


© Altino Pinheiro






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